Música

Cantores negros brasileiros usam a música como meio de empoderamento e aceitação

A representatividade negra dentro da cultura nacional inspira e fortalece jovens que se identificam com artistas que possuem local de fala

Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, publicada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de pessoas negras, ou seja, que se autodeclararam pretas e pardas, constitui 56% do total da população brasileira em 2022.

De acordo com dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública divulgados neste ano pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), os registros de racismo e homofobia (ou transfobia) cresceram mais de 50% no Brasil em 2022, comparado com o ano anterior. Foram 2.458 ocorrências de crimes resultantes do preconceito de raça ou de cor em 2022, o que representa uma taxa de 1,7 caso a cada 100 mil habitantes. O valor é 67% maior do que os 1.464 de 2021.

Para Gabriel Melo, de 25 anos, negro e fã do rapper Emicida, mesmo existindo diversos cantores pretos de sucesso que são fundamentais para a negritude e a trajetória musical do país, é perceptível que os holofotes da mídia são bem mais direcionados em artistas brancos.

Um levantamento realizado pelo Ipec, Instituto de Referência Negra Peregum e Projeto SETA, revelou ainda que 81% da população entre 16 e 24 anos, afirmam que o Brasil é um país racista. O ambiente escolar foi apontado por 64% dos jovens como o lugar em que mais sofrem preconceito racial.

Pesquisas como essas comprovam que mesmo com o passar dos anos, o Brasil, uma terra de rica miscigenação cultural e étnica, continua carregando o peso de uma ferida social profunda.

Confira abaixo a entrevista em áudio completa com o jovem:

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