A intolerância LGBTQIA+ no Brasil é uma realidade que ainda violenta e mata milhares de pessoas. O país, conseguiu diferentes avanços legais nos últimos anos, como a recente criminalização da homofobia pelo STF – Supremo Tribunal Federal, mas ainda persistem inúmeros desafios para se conseguir de fato a aceitação e respeito à diversidade sexual e de gênero.
São inúmeras as causas da intolerância contra essas pessoas, como a heteronormatividade, inexistência de conhecimento ou até mesmo a falta de conscientização social. Essa intolerância pode se manifestar de diversas formas, desde a discriminação no ambiente de trabalho, violência física e verbal nas ruas, nas escolas ou até mesmo dentro da própria casa. A intolerância em muitos casos acontece pela própria família, que em tese deveria ser acolhedora. A visibilidade e os direitos dessa comunidade são temas que ainda geram grandes debates na sociedade, quando a solução seria apenas permitir que essas pessoas possam viver livremente com seus direitos garantidos.
O Brasil, conhecido pela sua população diversa, sua mistura de etnias, de culturas, continua a praticar o preconceito e a discriminação contras as diversidades, não só de gênero ou sexualidade, e elas parecem cada vez maiores, como podemos observar nos grandes números de violências, o que acaba evidenciando um perfil paradoxal dos brasileiros. Parece difícil entender, por exemplo, um país que mais consome pornografia transexual, ser também o país que mais mata pessoas transexuais. Quando a explicação pode ser deveras simples, a heteronormatividade, que perpetua apenas uma forma social de viver e ser. De forma privada, os desejos reprimidos são alimentados, mas diante da sociedade, a heteronormatividade fica escancarada. Em suas casas se deleitam, mas nas ruas, discriminam, violentam, matam, como se não fossem parte dessa sociedade, como se não tivessem direito à vida, como se não fossem nada.
A sociedade brasileira carece de se reconhecer como diversa e de abraçar sua própria diversidade. O caminho para um país menos intolerante está cheio de escombros, mas ainda assim é possível enxergar uma trilha tolerante no final, pois uma sociedade intolerante, que não reconhece sua própria diversidade, está fadada ao declínio do seu próprio conhecimento social.