Comunicação

TikTok e o exercício do jornalismo

Uma entrevista sobre a nova maneira de informar o público na internet

O jornalismo e seus formatos tradicionais praticados ao longo das últimas décadas nos jornais, rádios e televisão estão passando por um novo processo de adaptação. Dessa vez com a internet e, especialmente, no TikTok. Portanto, em entrevista com a Jornalista Daniela Antunes, discutimos este tema, trazendo um ponto de vista pessoal da entrevistada perante a esta nova realidade

 

Como o TikTok influencia a forma de consumo das notícias hoje em dia?

 

Eu acho que as redes sociais têm influenciado na forma de consumir e difundir notícias muito fortemente, nos últimos anos, e estão fazendo a notícias se tornarem tópicos ou “drops”, ao invés de textos mais profundos e livres. 

 

Como o formato de vídeos curtos usados no TikTok afeta a maneira como as histórias jornalísticas são contadas?

 

As pessoas estão se habituando a ver a chamada, o título e a legenda, quando é um vídeo, e menos a notícia como um todo. Isso por um lado é ruim porque torna as coisas mais superficiais, e por outro lado é bom, porque o alcance daquele conteúdo fica maior. 

 

Quais são os principais desafios enfrentados pelos jornalistas ao usar o TikTok como plataforma de divulgação de notícias?

 

O desafio é saber o formato que o jornalismo vai usar para fazer seu conteúdo ser entregue para atrair mais pessoas. É como a banca de jornal antigamente, quando os jornais disputavam na manchete, título, foto, etc. Do mesmo modo, as revistas também, na capa, todos ficavam curiosos para saber qual seria a capa de tal revista na semana, qual seria a manchete de domingo do jornal X e Y. Além disso, o impacto acontece na rede social, como é feito aquele vídeo e como se constrói aquele lead na internet.

 

Levando em consideração as diferentes características da plataforma, quais seriam as estratégias que você considera serem as mais eficazes para engajar o público na plataforma com notícias sérias e relevantes?

 

Eu desconfio sempre de alguém que fala que tem a “estratégia perfeita” ou que “descobriu a América” para isso, porque TikTok e Instagram, apesar de possuírem algoritmos diferentes, têm conteúdos mais ou menos semelhantes. Portanto, eu acho que esses conteúdos que são produzidos para as redes sociais estão todos mais preocupados com o que o algoritmo vai achar, como as pessoas vão se engajar, e de que forma o algoritmo vai responder e entregar aquele conteúdo. Isso é tentativa e erro, não têm uma receita para isso.

 

Quais são os critérios que você usaria para determinar a autenticidade e a credibilidade das informações compartilhadas por jornalistas no TikTok?

 

Na autenticidade, eu me baseio em perfis jornalísticos sérios, veículos tradicionais. Pois eu acho que quem faz notícia é jornalista e não influenciador digital. Acho um muito diferente do outro.

 

Quais conselhos você daria a jornalistas que desejam entrar no aplicativo para compartilhar notícias e informações de maneira eficaz?

 

Eu aconselho fazer um jornalismo bem feito. O formato depende daquilo que você quiser fazer, pode ser em  rede social, podcasts, sites. Dito isso, aconselho usar essas plataformas como se estivesse em uma redação, ouvindo várias fontes, combatendo fake news com força e garra, e compartilhando informações reais de fontes confiáveis

 

Daniele Antunes – Jornalista

 

Conheça mais do TikBlog

Juntamente com a realização desta entrevista, os outros textos estão inserida no projeto TikBlog, que irá lançar diversos conteúdos explorando a relação entre o jornalismo e a rede social mais acessada do momento, o TikTok. Portanto, se gostou deste texto, deixaremos aqui como recomendação o episódio mais recente do TikCast, onde foi discutimos a responsabilidade do jornalista na internet.

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