Cultura

Você precisa jogar Resident Evil VII: Biohazard

Com uma história humana e estética única, o 7º título da franquia segue sendo uma de suas experiências mais marcantes

Quando “Resident Evil VII – Biohazard” surgiu nas prateleiras em 2017, fãs da série e novatos foram convidados a entrar em uma casa de horrores que prometia levar a franquia de volta ao Survival Horror. O título da Capcom, no entanto, não se apegou só a uma espécie de nostalgia e se atreveu a reformular sua fórmula ao apresentar pela primeira vez na série principal uma perspectiva em primeira pessoa.

Essa mudança de câmera não foi uma mera alteração estética, mas uma decisão deliberada para intensificar a imersão e atualizar a franquia para os padrões contemporâneos de jogabilidade. Ao adotar essa perspectiva mais íntima, o título aproxima os jogadores das ameaças que espreitam em cada canto escuro da fazenda dos Baker, uma homenagem clara aos clássicos do cinema de terror como “O Massacre da Serra Elétrica”. Os corredores estreitos e a decoração grotesca da casa criam um cenário que poderia muito bem ser o palco de um filme de terror da década de 1970, mas com a nitidez e o terror psicológico que só a tecnologia da época poderiam proporcionar.

Foto - O Massacre da Serra Elétrica/Reprodução | Resident Evil VII
Foto – O Massacre da Serra Elétrica/Reprodução | Resident Evil VII

Além de revitalizar a franquia, “Resident Evil VII” surpreende ao tecer uma história emocionante. O jogo se desdobra em uma narrativa que explora temas de família e isolamento, enquanto leva os jogadores a uma montanha-russa de emoções que é tão pessoal quanto assustadora. A busca de Ethan Winters por sua esposa desaparecida é tanto um motor para a trama quanto um veículo para o medo, fazendo com que cada encontro e descoberta sejam tão impactantes emocionalmente quanto são visceralmente.

Ao honrar suas raízes e ao mesmo tempo se renovar, “Resident Evil VII” prova ser um título essencial não apenas para os fãs de longa data, mas também para aqueles que buscam entender como o Survival Horror pode seguir impactante e válido nos dias atuais.

Foto - Resident Evil: Biohazard/Divulgação | Resident Evil VII
Foto – Resident Evil: Biohazard/Divulgação | Resident Evil VII

Enquanto muitos jogos de terror dependem de sustos rápidos e choques momentâneos, “Resident Evil VII” investe em um terror que rasteja sob a pele e se instala. A ambientação é meticulosamente desenhada para induzir uma sensação de claustrofobia, onde a segurança é uma promessa quebrada a cada novo passo. Esta sensação é amplificada pela escolha de design de confinar o jogador na propriedade dos Baker, uma área que, embora limitada em tamanho, é imensa em detalhes e possibilidades de terror.

Mas como foi dito anteriormente, é a história que verdadeiramente estabelece “Resident Evil VII” como um marco. Ela se desenvolve com uma humanidade que é rara na franquia, trazendo realismo aos seus personagens e ao mundo que os rodeia. A narrativa é contada com um equilíbrio de flashbacks, notas encontradas, e interações que mantêm os jogadores engajados e investidos no bem-estar de Ethan. O jogo também não se afasta das assinaturas da série – os puzzles, a administração de inventário e os combates contra criaturas grotescas permanecem, mas são apresentados de formas que se alinham perfeitamente com a nova direção que a franquia tomou.

Foto - Resident Evil: Biohazard/Divulgação | Resident Evil VII
Foto – Resident Evil: Biohazard/Divulgação | Resident Evil VII

“Resident Evil VII” não apenas foi um primeiro passo para um renascença do Survival Horror; ele também reacendeu a paixão dos fãs pela franquia e atraiu uma nova geração de fãs. Ao olhar para trás e honrar o legado da série, a Capcom reestabeleceu seu lugar no gênero.

 

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