O vício em apostas on-line é uma questão crescente que afeta muitas pessoas. Apesar dos jogos de azar movimentarem 1% do PIB brasileiro, uma pesquisa realizada pela XP mostra que 20% do orçamento livre das famílias pobres estão sendo destinados para essas casas de apostas, ao invés de pensarem no futuro e começarem a investir.

Para falar sobre esse assunto, eu entrevistei Rogério Nakata, planejador financeiro da economia comportamental e palestrante sobre os temas educação financeira e planejamento financeiro pessoal e familiar de grandes organizações públicas e privadas. Confira o nosso bate-papo:

Como o vício em apostas on-line pode afetar a saúde financeira de uma pessoa?

“Assim como vício em qualquer outra coisa, seja tabaco ou seja consumo de drogas, ele causa problemas psicológicos emocionais bastante acentuados e profundos, fazendo com que a pessoa realmente acabe focando somente nesse tipo de atividade e às vezes esquecendo que existe vida após os jogos on-line. Elas colocam o seu dinheiro para tentar tirar uma renda extra, fazendo com que acabem tendo problemas de saúde.”

Quais estratégias financeiras uma pessoa pode adquirir para evitar cair nesses vícios em apostas on-line?

“Acho que o mais importante é não começar, mas se for para fazer algum tipo de aposta saber que aquilo é uma forma de entretenimento e não um investimento como as pessoas estão fazendo. Só em 2023, o brasileiro gastou 54 bilhões de reais em jogos e apostas online. Enfim, elas poderiam estar investindo no futuro financeiro delas.”

Você acredita que a falta de educação financeira torna alguém mais vulnerável ao vício?

“Sim, a falta de educação financeira faz com que as pessoas fiquem mais vulneráveis ao vício nesses jogos on-line. Então, a educação ajuda as pessoas a terem um alerta de que aquilo não se trata de um investimento, e sim como uma aposta.

Para finalizar, quais conselhos e medidas de prevenção você daria para as pessoas que estão viciadas em apostas online?

“Primeiro de tudo, para de jogar imediatamente. Sair desse mundo e procurar ajuda, seja de um planejador financeiro pessoal ou de um psicólogo. Pensar desde já e deixar um dinheiro investido em um título público que vai fazer com que possa lá na frente otimizar esse dinheiro e benefício próprio para sobrevivência dela, para o pagamento de um plano de saúde ou para ter uma vida mais saudável.