O uso do jornalismo de dados para combater à desinformação

O combate à desinformação é essencial, com o aumento das notícias falsas, o profissional da comunicacao se torna fundamental

A desinformação é um dos grandes desafios da era digital. Com seu poder de influenciar milhões de pessoas, em um curto espaço de tempo, acaba colocando em risco a integridade das sociedades democráticas, a saúde pública e a confiança nas instituições de comunicação. De acordo com a pesquisa realizada pelo Instituto DataSenado, com base nos resultados para as eleições de 2024, 72% dos brasileiros já se depararam com notícias falsas nas redes sociais nos últimos seis meses. Além disso, cerca de  81% dos brasileiros acham que as Fake News podem afetar significativamente o resultado das eleições. Por isso, o combate à desinformação é uma tarefa coletiva, que envolve desde mudanças significativas nas  plataformas de tecnologia até o comportamento individual de cada pessoa ao interagir com  as informações on-line.

Cristiano Pavini, especialista em jornalismo de dados, atua como coordenador de projetos na Transparência Brasil, que é uma das principais organizações de combate à corrupção do Brasil. Discorre sobre como essa especialidade pode ajudar no combate à desinformação. O jornalista destaca que o jornalismo de dados dá a possibilidade aos profissionais de comunicação uma ferramenta para o combate à desinformação.

“Para conseguir a informação correta é necessário acessar a base de dados e um volume de informações para trazer a resposta. O jornalismo de dados consegue com mais facilidade identificar vídeos desinformativos no youtube. A partir daquela informação, como por exemplo, o bolsa família corresponde a 90% do orçamento do Governo Federal, você consegue acessar a base de dados de execução orçamentária do governo e comprovar que não, o Bolsa Família responde um percentual ínfimo do orçamento e tem um retorno máximo em termos de qualidade de gastos. Então, esse é apenas um exemplo para mostrar que o jornalista fica com mais ferramentas para identificar e combater e comunicar o conteúdo que é correto junto aos diferentes públicos,” destaca Pavini.

A desinformação está presente nas diversas áreas da comunicação, além de termos políticos é possível encontrar também narrativas distorcidas ou enganosas no esporte mais amado do país, sendo uma paixão dos brasileiros. Com 28 anos de carreira no jornalismo esportivo, Luis Rosa, que atualmente é colunista do Uol Esporte e comentarista do GOAT, canal no YouTube de transmissão esportiva com mais de 3 milhões de inscritos, afirma que hoje em dia, as redes sociais permitem que o público em geral possa ser um criador de conteúdo ou ainda um influenciador, termo utilizado para destacar perfis com uma certa quantidade de seguidores. Entretanto, devido uma relevância imposta pela mídia, tais perfis são responsáveis por receber em primeira mão informações que os veículos de imprensa ainda não possuem. Porém, pela falta de conhecimento na área, os conteúdos divulgados são incompletos e rasos, o que realça a importância dos jornalistas.

 

“A gente chama jornalismo de nicho, que é um torcedor produtor de conteúdo, muitas das notícias são infundadas ou é na cabeça dele ou alguém fala para ele, seja um amigo de um empresário, jogador ou assessor de imprensa. Então você tem mais dificuldade hoje para filtrar o que é notícia e o que é especulação, ” comenta Luis Rosa.

 

Esse é o papel que desempenha o jornalista, enquanto uns desinformam, os profissionais da comunicação informam os fatos e corrigem as informações falsas. Levar noticias apuradas faz parte do respeito a cada cidadão.

Durante as entrevistas foram mencionados esses links para checagem de notícias: 

Site do Tribunal de Justiça Eleitoral

Ministério da saúde: cartilha de vacinação

G1: Fato ou Fake

Site do UOL

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