A banda Canavieira é uma celebração das brasilidades, misturando ritmos típicos como o vanerão e arrocha com influências de rock, ska e reggae. Formada em Ribeirão Preto, a cidade conhecida como a “Califórnia Brasileira”, a banda carrega em suas composições o calor e a poeira das regiões canavieiras, oferecendo um som autêntico e cheio de identidade. O repertório inclui desde clássicos de Caetano Veloso, Gilberto Gil e Nação Zumbi até as criações autorais, que refletem uma fusão única entre o popular e o sofisticado. A banda é composta por Daniel Boldrin (vocal, violão e percussão), Lucas Silva (vocal, baixo, escaleta e percussão), Guilherme Sircili (vocal, guitarra, kazoo e percussão), Otávio Teixeira (vocal, guitarra, cavaco, viola caipira e percussão) e Charles San Martin Jr. (bateria e percussão). 

Confira agora, nesta entrevista exclusiva, mais detalhes sobre a história, o processo criativo e as influências que moldam o som singular da Canavieira!

Entrevista

Como surgiu a banda Canavieira?  

Guilherme: A Canavieira completou 10 anos de estrada. Eu, Guilherme Sircili, estou na banda há 8 anos, mas ela foi fundada pelo Daniel e pelo Lucas. Depois de mim, entraram o Turco, outro guitarrista, e, por último, o Gabriel, baterista. O nome da banda surgiu após um show que fizemos com o Lucas Perez, o primeiro baterista, no Vale das Grutas. Depois de tocar, sentamos em um mirante com vista para o mar de cana, e o Lucas soltou a palavra “Canavieira”. Achamos o nome muito forte, e depois disso compusemos a primeira música da banda, que acabou batizando o grupo.

Quais são as principais influências da banda? 

Banda Canavieira: As principais influências em comum são em geral da música brasileira. Desde Caetano Veloso e Gilberto Gil até Nação Zumbi e Rolando Boldrin. De Mutantes a BaianaSystem. Cada integrante também tem a própria personalidade musical. Por exemplo, um é mais ligado à Música Popular Brasileira (MPB) e outro ao rock. Essa mistura influencia bastante o nosso som, tanto nas composições quanto na parte instrumental. Misturamos ritmos como o vanerão e o arrocha com riffs de rock, o que nos permite criar algo original e com identidade própria.

Como vocês definem o som da Canavieira?

Banda Canavieira: A Canavieira é uma mistura de brasilidades. Tentamos misturar vários ritmos brasileiros com influências internacionais, como o rock, ska e reggae. É difícil rotular nosso estilo, porque cada música tem uma pegada diferente. Somos uma banda de brasilidade, sempre tentando incorporar elementos da nossa vivência e da nossa região com grandes influências de fora.

Como ocorre o processo criativo da banda? 

Banda Canavieira: O processo criativo é sempre colaborativo, mas cada música tem um caminho próprio. Às vezes, um dos integrantes, como o Lucas Batista, já traz uma ideia quase pronta, com uma estrutura bem desenvolvida, e aí nós adicionamos nossas partes individuais. Em outras ocasiões, criamos algo do zero, numa reunião em que todos participam igualmente. Não temos uma fórmula, o que torna o processo muito interessante e imprevisível.

Quais são as expectativas da banda ao subir no palco?

Banda Canavieira: O que a gente mais espera do público é que eles sintam o show com a gente. Quando subimos no palco, estamos ali sentindo e curtindo o momento, e esperamos essa troca com o público também. Queremos que eles cantem, dancem, e saiam do show suados, felizes e querendo mais.

A música “Terra Estranha” é linda! Como foi o processo de criação dessa composição? 

Daniel: Primeiramente, muito obrigado pelo elogio! Ficamos muito felizes em saber que nossa música tocou você de alguma forma. “Terra Estranha” é uma canção muito especial, especialmente para mim, Daniel, pois a adaptei a partir de um poema do meu pai, Adilson Boldrin. Ele tem um livro de poesias chamado *Turbilhão*, e eu adaptei uma dessas poesias para a música. A inspiração veio, principalmente, do meu primo Adriano, que sempre foi um “roteirista do próprio destino”. Ele é apaixonado por parapente, e meu pai, ao ver um vídeo dele voando sobre as nuvens, teve a ideia para escrever o poema que originou a letra. Acho que é isso que a sua pergunta buscava entender: a história por trás da composição, né?

A banda já está há 10 anos na estrada. O que podemos esperar de novidades?

Banda Canavieira:  Nós temos lançamentos, desde 2014, em todas as plataformas digitais e estamos trabalhando em novidades. Ainda não podemos revelar muitos detalhes, mas posso garantir que vem coisa nova por aí. Acompanhem, porque logo mais teremos surpresas!

Quais são os maiores desafios de ser uma banda independente, especialmente fora dos grandes centros comerciais? 

Banda Canavieira: A música independente já traz desafios por si só, mas, na nossa região, esses desafios são ainda maiores. Estamos longe dos grandes centros e não temos tanto acesso às cenas musicais nacionais, o que torna o caminho mais difícil. Mesmo assim, seguimos firmes.

Se vocês pudessem colaborar com qualquer artista, quem seria?

Banda Canavieira: Qualquer um dos artistas que citamos durante a entrevista já seria um sonho para nós. Caetano, Gil, Nação Zumbi… Quem sabe o que o futuro nos reserva?

Como é viver de música e da música autoral? 

Banda Canavieira: Viver de música já é difícil, mas viver da própria música, da música autoral, é ainda mais desafiador. Nós temos músicas próprias, mas, para viver de música, tocamos também músicas de outros artistas. Viver exclusivamente da Canavieira é algo que almejamos um dia. Isso envolve muita paixão, e acredito que quando fazemos o que amamos, a prosperidade, tanto pessoal quanto financeira, pode ser uma consequência natural.