Gêneros urbanos ganham força e reconhecimento no cenário musical

Funk, trap e rap vivem momentos de ascensão e boa perspectiva no futuro

Não é novidade que o cenário da música urbana está em ascensão. Inclusive, entre 2022 e 2023, a reprodução de músicas de funk, rap e trap no Spotify, principal plataforma de streaming do país, passou de 1,1 bilhão para 2,1 bilhões. Atualmente, das 50 músicas mais ouvidas na plataforma, 18 são de artistas dos gêneros urbanos. Com cinco álbuns lançados no período de dois anos, sendo cada um deles com mais de 100 milhões de visualizações, o funkeiro Mc IG, ainda conta com mais de 11 milhões de ouvintes mensais na plataforma.

MC IG durante apresentação – Foto: Arthur Santos

Além do sucesso nos álbuns lançados, o artista também é dono do hit “Lets go 4”, que possui mais de 300 milhões de visualizações no youtube e atingiu mais de 90 dias seguidos como a música mais ouvida na plataforma Spotify Brasil. Em entrevista ao blog Notas Urbanas, o artista disse que apesar do bom momento de sua carreira, se mantém focado nos próximos passos. “Nunca parei para dimensionar. Estou só trabalhando e vivendo o processo. Não é o momento de parar e olhar para a história, mas sim olhar pra frente buscando coisas maiores, até porque, o artista que se prende a  números, não consegue entregar o melhor dele”, afirma.

Apesar dos grandes números nos meios digitais, Mc IG pontua que há grande importância no reconhecimento por parte dos streams, mas entende que o artista que trabalha em torno de visualizações e números não consegue entregar o melhor dele para o êxito e finaliza que não produz visando números.

Rap em cena 

O rap, gênero precursor dos estilos periféricos no país, teve grande avanço na década de 90 com a ascensão do grupo Racionais Mc’s, porém o estilo ainda sofre com preconceitos por parte da sociedade. Atualmente, o movimento conta com novos artistas como Djonga e bandas que marcaram sucesso nos anos 2000 e permanecem em destaque no cenário musical. É o caso do grupo Cone Crew, criado em 2006 na cidade do Rio de Janeiro, o integrante da banda, Papatinho, relata que desde o início o intuito foi criar identidade para os fãs, como uma espécie de ideologia. 

Banda Cone Crew – Foto: Divulgação

“A questão é que a gente consegue ter parceiros em todas as partes, também ter o reconhecimento da galera que vem pra cantar junto conosco e veste a camisa da Cone Crew, então é fechar junto, o fã da Cone Crew, ele faz parte da banda e é parte do movimento.Nossa galera andava de skate, então é um movimento que sempre agrega e junta toda a galera que se identifica. Além de ser uma banda, a gente é amigo e irmão há mais de 20 anos”, conclui. 

Ascensão do Trap

Estilo recente se comparado aos outros dois, o trap tem grande alcance no país e se tornou influência no cenário da música nacional nos últimos anos, para se ter uma ideia das cinco maiores estreias de álbuns de artistas brasileiros, dois pertencem ao trap, sendo o primeiro do  trapper Matuê, com 16 milhões de views em 24 horas após a estreia.

Dfideliz – Foto: Divulgação

O trapper Dfideliz, um dos principais responsáveis por alavancar o gênero no país e dono de hits como “Plaqtudum” e “Preto rico”, entende também que as futuras gerações estarão mais habituadas e incentivadas a produzirem e a escutarem trap. Além disso, o trapper se diz realizado ao ver como o movimento urbano está atualmente.”A gente se sente valorizado, é uma coisa surreal mesmo, porque a gente lutou pra chegar, não era algo muito imaginável, por não estarmos na bolha, mas conseguimos chegar”.

Como é o caminho doas artistas que buscam o reconhecimento?

Antes de conquistar o reconhecimento, a fama e conseguir viver da música urbana, muitos passam por diversos desafios para alcançar o objetivo. Os músicos Rony e Martinz contam os preconceitos e desafios enfrentados.

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