O Museu de Paleontologia de Monte Alto, Profº Antonio Celso de Arruda Campos, localizado no interior do Estado de São Paulo, tem desempenhado um papel fundamental na preservação do patrimônio natural e cultural da região. Além de ser um importante polo de pesquisa paleontológica, o Museu tem uma função educativa e social, aproximando a comunidade da história local e conectando o público com a biodiversidade de eras passadas. Especialistas como Fabiano Iori e Thiago Fachini destacam a relevância da instituição tanto para a ciência quanto para a população.
Thiago Fachini, biólogo com mestrado e doutorado em Ciências Naturais e especialização em paleontologia, afirma que o Museu é essencial na difusão da aprendizagem científica. O conhecimento gerado em instituições de pesquisa é levado ao público em geral, transformando o Museu em um centro de acessibilidade e aprendizado. Para Fachini, o espaço tem uma função ainda mais relevante para a preservação do patrimônio natural local.
“Nesse caso, acho que o museu tem um papel fundamental na preservação do patrimônio natural da região, pois este é o centro de conhecimento de mais fácil acesso para a sociedade.”
Esse papel é reforçado por Fabiano Iori, paleontólogo que começou sua trajetória científica no próprio Museu de Monte Alto. Iori lembra que, em tempos passados, fósseis encontrados na região eram enviados para grandes centros de pesquisa, e as informações acerca desses achados raramente retornavam à comunidade local. Mas hoje, com a relevância do centro histórico, essa dinâmica mudou. A cidade sonho, como é conhecida, se tornou um polo regional de pesquisa paleontológica, onde não apenas os fósseis estão preservados, mas o conhecimento gerado por esses estudos fica disponível para a população.
“Eu costumo dizer que nos locais onde se estabelece o museu se cria um polo regional de pesquisa. Porque toda informação da região ou toda curiosidade que as pessoas têm elas vão resolver ali.”
A acessibilidade do Museu também tem um impacto significativo no engajamento do público com a história local. Fachini destaca que as exposições e atividades educativas, centradas principalmente nos fósseis encontrados na região, despertam o interesse da comunidade em preservar o patrimônio natural. As exposições permitem que as pessoas tenham contato direto com exemplares que narram a história da vida no planeta, criando uma conexão tangível entre a população e a biodiversidade do passado. Além disso, o Museu se destaca por realizar atividades educativas que aproximam o público jovem da ciência, incentivando o desenvolvimento de novos pesquisadores e colaboradores.
Sandra Tavares, coordenadora do Museu, reforça que o espaço histórico ;e uma ferramenta educacional para o desenvolvimento sociocultural regional, e atua como instrumento de transformação e inclusão social.
“O museu é entendido como instrumento de mudança social e agente de desenvolvimento local, em parceria com os órgãos públicos e a comunidade, trazendo o conhecimento científico para o interior do estado, onde normalmente a população não teria acesso.”
As descobertas paleontológicas realizadas com o apoio do espaço expositivo são um dos pontos altos da contribuição científica da instituição. Essas achados não são apenas significativos do ponto de vista científico, mas também na formação de um legado paleontológico local que desperta o interesse da comunidade. Além disso, Iori lembra que o museu tem sido um local seguro para a curadoria desses achados, assegurando que as peças não apenas estejam protegidas, mas também acessíveis para novas pesquisas.
Além do impacto científico, o museu tem um efeito notável no turismo e no orgulho local. Monte Alto se tornou um dos pontos de referência no turismo paleontológico no Brasil, ao lado de cidades como Marília e Peirópolis, em Minas Gerais. Segundo Iori, o impacto turístico do museu é evidente, pois ele atrai visitantes de diversas partes do país interessados em conhecer a riqueza paleontológica da região.
Nicolas Souza, morador e turista do espaço histórico de Monte Alto SP, compartilha suas experiências e conta por que gosta tanto de frequentar o Museu, além de revelar qual peça mais chama sua atenção no acervo disponível. Confira essa entrevista cheia de curiosidades e conheça um pouco mais sobre esse patrimônio histórico e científico.
O Museu de Paleontologia de Monte Alto não é apenas um local de preservação de fósseis e objetos paleontológicos; é uma peça vital na história e na identidade local. Através de sua atuação na pesquisa, na educação e na preservação, o museu cumpre um papel insubstituível na manutenção da conexão da população com sua própria história. Seja na formação de novos cientistas ou no fortalecimento do turismo, o museu continuará a ser um pilar na preservação e valorização do patrimônio natural e cultural.